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07/11/2017

O livro que me ajudou a encarar a vida de outra maneira

Em setembro, ganhei de algumas amigas, um livro chamado “Razões para continuar vivo” de Matt Haig. Ele conta a história do próprio autor, que enfrentou a depressão e conseguiu sair dela.

Sabe quando um livro cai “feito luva” pra você? Pois é, foi isso que aconteceu comigo. Eu me senti conversando com alguém que passa pela mesma situação que eu.

"Quando a gente tem apenas depressão, a mente mergulha num pântano e o tempo se desacelera, mas com a ansiedade misturada no coquetel, o pântano continua sendo pântano, mas tem redemoinhos. Os monstros que lá se encontram, na água lamacenta, se movimentam constantemente feito crocodilos mutantes, a toda velocidade. A gente fica em guarda constante. Prestes a entrar em colapso a qualquer momento, mas ao mesmo tempo tentando desesperadamente não afundar, apenas para respirar o ar que as pessoas nas margens ao seu redor estão respirando com a maior facilidade do mundo." (pág 51) 

Infelizmente, quando se conta pra alguém que você sofre de depressão, se escuta de tudo, menos o que realmente você precisa ouvir.

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), um em cada cinco pessoas tem depressão em algum momento da vida. O número de mulheres suscetível a ter uma grave crise de depressão é o dobro de homens. O risco de desenvolver depressão é 40% maior se um dos pais biológicos tiver tido a doença diagnosticada.

Decidi abordar esse assunto porque eu tenho casos na família, inclusive, perdi uma tia recentemente que sofria de depressão. E o que via o tempo todo era muita falta de empatia, inclusive de parte da família. Eu sonho muito com o dia em que todo mundo vai compreender que depressão não tem nada ver com falta de Deus ou qualquer outro argumento que eu fui obrigada a escutar a minha vida toda.


No próprio livro, Matt diz que a melhor solução pro problema é estimular que se fale a respeito. Que a gente promova a arte de ouvir mais. Ás vezes o que realmente falta é só o apoio familiar. De nada adianta tomar mil medicações e as pessoas ao redor não ajudarem no tratamento.

“O que devemos fazer então? Falar. Ouvir. Estimular que se fale. Estimular que se ouça. Continuar contribuindo para a conversa. Ficar de olho nos que quiserem participar da conversa. Reiterar sempre que a depressão não é algo que você tenha que "admitir", não é algo de que você deva se envergonhar, pois é apenas uma experiência humana. Uma experiência de meninos, meninas, homens, mulheres, jovens, velhos, negros, brancos, gays, héteros, ricos, pobres. Não é você. É simplesmente algo que acontece com você. E algo que muitas vezes pode ser atenuado pela conversa. Palavras. Conforto. Apoio. Levei mais de uma década até ser capaz de falar abertamente, adequadamente, com todo mundo, da minha experiência. Logo viria a descobrir que o ato de falar é por si mesmo uma terapia. Onde houver conversa, há também esperança.” (pág 68)

Todos deveriam ler esse livro, tanto quem sofre de depressão quanto quem não. Esse livro pode ajudar você a lidar com algum ente querido ou amigo que esteja passando por esse dilema. Graças à medicina, hoje existem vários tratamentos e medicações pra solução do problema, mas assim como Matt, eu ainda acredito que o remédio mais eficaz ainda é a empatia, a solidariedade. Ao invés de apontarmos os dedos pra quem sofre, estendamos nossas mãos e os ajudemos a passar por esse momento.

01/11/2017

Saga de recém formada: machismo em uma entrevista de emprego

Depois de ficar muito tempo sem escrever, resolvi retomar esse espaço de uma vez por todas! Estou voltando a ler meus livros, assistir meus filmes. Então, se preparem que muitas coisas bacanas estão a caminho. A primeira delas, é a #SagaRecémFormada! Vou contar minhas últimas experiências atrás de um emprego. E sempre que acontecer algo novo comigo ou uma nova ideia, vou escrever aqui. Idéias são sempre bem vindas :)



Me formei recentemente em Jornalismo. Desde então, enviar currículos e conviver com a espera tem sido a minha rotina. 


Não faz muito tempo, fui chamada pra uma entrevista de emprego em uma grande empresa. Fiquei muito feliz com a ligação, afinal, era o que estava esperando a muito tempo. Só o fato de ser chamada me animou um pouco.

E lá fui eu. Me preparei, pesquisei sobre a empresa e as possíveis perguntas a serem feitas. Me animei ainda mais, pois verifiquei que a mesma investe muito em projetos socioculturais, e desde quando ingressei na faculdade, tinha o desejo de me envolver com algo assim, tanto que, ano passado, comecei a juntar lacres de latinhas, para conseguir cadeiras de rodas. Foi assim que surgiu o "Livro, Lacres e Sentimentos" (saiba mais clicando aqui). Fiquei animada com a possibilidade de poder trabalhar em uma empresa dessas. Os valores dela batiam com os meus até então.

Passei por duas entrevistas. A primeira foi com o setor de RH, uma mulher muito atenciosa e simpática por sinal. A segunda, foi com um senhor de mais ou menos uns 50 anos, que era gestor da vaga disponível. 

Até certo momento da entrevista, ocorreu tudo bem, perguntas que eu já esperava serem feitas. De repente, ele me perguntou se pretendo casar, ter filhos. Me surpreendi. Ao me ver, essa era uma pergunta que não deveria ser feita em um processo seletivo, não era uma informação tão crucial pro processo. Fiquei meio que sem saber responder, mas fui honesta, disse que até aquele momento, pra mim e meu namorado estava bom daquele jeito. 

Voltei pra casa pensativa. Ele não disse com todas as letras, obviamente, mas aquela pergunta deixou muito claro quanto o machismo ainda está inserido fortemente na nossa sociedade, principalmente no quesito profissional. Muitas vezes, a mulher tem que abrir mão de realizar o sonho de ser mãe, só pra poder se manter no mercado de trabalho. O que eu acho um absurdo. Ok, uma grávida gera custos pra empresa, mas tudo lá dentro dá gastos, então, porque maldito motivo a pessoa tem a empresa?

Machismo é uma coisa muito séria, isso tem que acabar! A mulher se casar, não quer dizer necessariamente que ela gostaria de ser mãe, muitas nem conseguem ter filhos, infelizmente. Estou cansada de ver que os homens só tem privilégios e a gente tem que abrir mão de um milhão de coisas. Porque não perguntam para os homens se eles pretendem casar, ter filhos? Porque, que eu saiba, o cuidado com a criança não se restringe apenas a mulher. Ela não fez a criança sozinha. Aliás, tem muitos homens que cuidam bem melhor dos filhos do que a mulher. Fico indignada.

Agora, já sei como reagir quando em uma entrevista, me fizerem essa mesma pergunta. Pode até ser que a minha resposta realmente custe a minha não contratação, mas depois dessa, certamente, nunca mais farão esse tipo de pergunta pra uma candidata. Enquanto o machismo estiver presente no nosso dia a dia, todo mundo vai continuar perdendo um pouco. As empresas deixam de conhecer e ter em sua equipe uma funcionária incrível e a a gente aqui, continua buscando uma oportunidade. Eu só espero ainda estar viva pra presenciar essa mudança tão necessária na nossa sociedade.


11/09/2017

Diário de viagem: Uma aventura atrás de Marcos & Belutti

Todas nós que vivemos nesse universo de fã, pelo menos uma vez na vida, já fizemos alguma loucura do tipo “não é possível fazer isso” mas aí, o nosso espírito aventureiro e nosso sentimento sempre fala mais alto e lá estamos nós realizando o que todo mundo julgou ser impossível. Foi o que aconteceu comigo no último dia 06 de Setembro. A princípio, minha mãe achou mesmo que era uma loucura e tanto, mas, ela sempre me incentivou a ir atrás das coisas que eu quero e mesmo com o coração na mão, me autorizou a pegar dois ônibus sozinha e ir ao encontro do desconhecido, tudo por Dante.

Saí de Itapira (SP), minha cidade natal, as 9:00 da manhã. Cheguei em Campinas ás 10:50. De lá, peguei outro ônibus rumo a Araraquara, também no interior paulista. Lá, eu me encontraria com a Cláudia, uma mulher maravilhosa que é associada do Fã Clube que eu coordeno para a minha dupla amada, Marcos & Belutti. Não nos conhecíamos pessoalmente, apenas pela internet. Essa, já era a terceira vez que eu saía da minha cidade pra me encontrar com outra fã da dupla sem que tivéssemos nos visto pessoalmente alguma vez. O mais legal dessa viagem toda, foi que todos os associados do Fã Clube que eu coordeno, o Rabiscos Para Marcos & Belutti, se uniram de uma forma linda e juntaram um dinheiro para que eu pudesse pagar as passagens da viagem. A Cláudia me deu o ingresso para o show.

Ingresso para o show
Eu e Cláudia prontas para ir ao show!

Quando os meninos chegaram, logo fomos atendidas. Os dois já sabiam que eu a Cláudia estaríamos lá. Foi tudo muito rápido. Não tive tempo nem pra chorar. Não me lembro exatamente do que conversamos naqueles segundos, só me recordo do Marcos se desculpando pela pressa no atendimento e o Belutti me pedindo pra não ficar triste com a situação e curtir o show, afinal, eu estava comemorando antecipadamente os meus 25 anos.

No camarim com os lindos Marcos & Belutti

Plaquinha que eu montei para levar ao show!

Foi um misto de sentimentos bons que me transbordaram naquela noite. Eu sorri, chorei, dancei e gritei como nunca. Foi o show mais intenso que já presenciei nesses nove anos de carreira da dupla.




Disso tudo, o que eu posso tirar de lição pra vocês, é, não desistam nunca do que vocês querem, mesmo que todo mundo diga que esse sonho é impossível de se tornar realidade. Tenham fé acima de tudo, sempre façam o bem pra todos, porque isso retorna pra gente de alguma maneira. E deem valor as amizades que vocês construíram por conta de seus ídolos, já falei sobre isso aqui uma vez. Serão eles que os vão aplaudir quando vocês vencerem.

Eu e Anderson Smoke, fotógrafo da dupla ♥

Eu e Cláudia. Ao fundo, o ônibus da dupla ♥

Cheguei em casa agora pouco, cansada, com dores nas costas e nas pernas, mas muito feliz e realizada com tudo que eu vivi. Quando a gente sonha com o coração, sem passar por cima de ninguém e finalmente, consegue realizar o que tanto sonhou, todo cansaço vale muito a pena!

25/01/2017

Mãe, finalmente sou JORNALISTA!

FINALMENTE, SOU JORNALISTA!
Depois de cinco anos estudando, passando noites em claro, acordando 5:20 da manhã, estudando dentro da van, indo e voltando de Campinas / SP todos os dias... Tudo acabou.

Ontem, (24), finalmente, fui oficializada bacharela em Jornalismo pela PUC Campinas. Isso mesmo minha gente, me formei.

Não sei descrever o que eu estou sentindo. É um misto de alívio e insegurança. Quem conviveu comigo durante esse período todo, sabe que não foi nada fácil. E não digo apenas pelas disciplinas que tínhamos que nos empenhar e tudo o mais. Digo mesmo pelo emocional. Tive muitos momentos lindos na universidade, mas tive outros que eu desejaria não ter vivenciado.

Quando a gente tem um sonho, um objetivo, precisamos renunciar a muitas coisas. E foi isso que eu fiz. Muitas pessoas acham que não, mas quem são elas pra julgar né? Só eu sei todo o sacrifício que foi pra conseguir chegar até aqui.

Ouvi coisas que jamais vou esquecer. Na hora doeu, mas hoje, vejo que tudo isso foi fundamental pra que eu crescesse como profissional e ser humano. Convivi com pessoas tão babacas, por assim dizer, que o que eu aprendi de tudo isso, foi a não ser como elas.

Ontem durante a colação, o pai de uma das formandas disse que as pessoas tem usado as palavras como armas. Quando eu ouvi isso não aguentei. Chorei. Porque realmente é verdade e eu senti isso na pele durante o curso.

Se por um lado eu conheci muitas pessoas sem noção, também conheci muita gente do bem, que me apoiou e me deu forças pra que eu não desistisse do meu objetivo e enfim, chegasse até aqui. A todas essas pessoas, eu só tenho a dizer o mais sincero muito obrigada!

Dedico essa conquista a toda minha família. Em especial, ao meu avô Luis Fernando e minha tia avó Maria Eliza, que infelizmente, não estão mais entre nós para presenciar isso. Mas tenho certeza que estão lá de cima me aplaudindo e me iluminando, para que eu siga o melhor caminho nessa nova etapa da minha vida, que tem início a partir de AGORA!

Minha base: FAMÍLIA! 

Madrinha querida ♥

Meu exemplo de ser humano: Vovó ♥

Afilhadinho amado ♥ (Tinha que ter uma foto 'Zoeira the never ends')

Meu amorzinho ♥

"Brindo a casa, brindo a vida, meus amores, minha família"

Até a Maroquinha foi na minha colação ♥

Uma professora muito querida: Cynthia ♥ (A gravidinha mais linda da PUC)

ENFIM JORNALISTA! FELICIDADE QUE NÃO ME CABE ♥

Mamãe e Papai ♥

26/12/2016

Fazer o bem sem olhar a quem nos faz mais bem ainda!

Na última segunda - feira (19), entreguei a primeira cadeira do "Livros, Lacres e Sentimentos" nome que dei ao projeto de arrecadação de lacres. Desde o início de 2016 venho me empenhando em juntar lacres das latinha de refrigerante, cerveja e derivados para trocar por cadeiras de rodas. É isso mesmo que vocês leram!

Tudo começou com um pedido da minha mãe depois de uma festa que organizamos aqui em casa. Ela me pediu para que eu arrumasse a bagunça. Comecei a juntar as latinhas para jogar fora e me lembrei de um movimento semelhante a esse que estou organizando aqui na minha cidade e pensei "Porque não fazer o mesmo aqui?" A partir desse dia, comecei a juntar todos os lacres que eu via pela frente dentro de uma garrafa de 2L.

Durante o processo, fui pesquisar. Descobri que são necessárias 100 garrafas de refrigerante cheias desses lacres pra conseguir uma cadeira. A troca dos lacres pelo objeto é realizada pela Intervias.

A princípio, o projeto surgiu com o seguinte propósito: Quem conseguisse arrecadar uma garrafa, ganharia em troca um Kit com CDs, livros, marcadores de página, etc. Mas o projeto ganhou uma proporção que eu não esperava. Todo mundo ajudou sem sequer pensar em receber algo em troca. Infelizmente, vivemos uma sociedade que só visa o lucro pra si, mas fui pega de surpresa com esse gesto tão lindo vindo de várias pessoas, inclusive de amigas virtuais de outras cidades se mobilizando pra arrecadar cada dia mais um pouquinho.

Solidariedade: Esses são Luciano e sua irmã lá de Piedade (SP). Eles, junto da mamãe Elisângela, estão firmes na arrecadação dos lacres por lá

Consegui parceria com uma rádio da região, em um evento que eles estariam organizando aqui na cidade. Quem levasse uma garrafa cheia de lacres, em troca, ganhava alguns kits que a própria rádio disponibilizou pra gente. O resultado? 18 garrafas!

Recentemente, descobri que o Lar São José de Itapira, também realiza esse trabalho solidário com as crianças. Consegui contato com a diretoria da instituição e fechamos uma parceria. O resto de garrafas que faltasse, se juntaria com os meus e assim, poderíamos conseguir em breve a primeira cadeira do projeto. Dito e feito! A parceria deu mais do que certo. No dia 1º de Dezembro, entreguei todos os lacres que consegui arrecadar lá na instituição.

Entrega dos lacres ao Lar São José: muita emoção por conseguirmos a primeira cadeira do projeto!
A cadeira foi para o Estevan, um aluno especial da APAE (Associação de Pais aos Amigos Excepionais) e foi uma alegria sem tamanho. A mamãe Eliana e o irmão Vitor compareceram na entrega da cadeira.

Eliane e Vitor na entrega da 1º cadeira de rodas do projeto: Gratidão é o que sinto por poder ajudar de alguma forma a melhorar a qualidade de vida de quem realmente precisa.
Quem se interessar, tenho uma página do projeto no Facebook (clique aqui) onde posto todas as informações e planos para o projeto (Sim, eu pretendo levar isso adiante, até quando eu puder). Quem tiver Instagram também pode procurar por lá. O ig é @livroslacresesentimentos Sugestões ou críticas construtivas são sempre bem vindas! Vamos todos nos unir para fazer um mundo melhor aos que precisam.

O jornal "A Cidade" publicou uma matéria contando de todo o projeto. Gostaria de aproveitar o espaço e agradecer ao Fernando, por todo carinho e sensibilidade que teve ao me procurar pra que eu contasse a história. Agradeço também a toda equipe do Lar São José, em especial a Edite, que acolheu meu projeto com tanto carinho! Que Deus abençoe a todos. Também agradeço por último, não menos importante, a minha mãe, que apesar de sempre dizer que a caminhada não seria fácil, não me deixou desanimar nem por um minuto dessa causa. 

Sempre amei ajudar as pessoas, sempre me vi participando de causas sociais e quando me dei conta, estava 'sozinha' guiando isso tudo. Jamais imaginei que o "Livro, Lacres e Sentimentos" pudesse ter a repercussão que vem tendo. Vou continuar me dedicando e me empenhando para ajudar os que necessitam.